terça-feira, 30 de março de 2010

QUESTÕES SOBRE TEORIAS DE AQUISIÇÃO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA

INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA I – 5º Período
Profª Drª Jaciara Rondon Gonçalves

QUESTÕES:


1. O que estuda uma Teoria de Aprendizagem?

A Teoria da aprendizagem focaliza o processamento central de aprendizagem e as condições ideais para promoção de aprendizagem bem sucedida.

2. Quem foi Skinner?

Skinner foi o principal teórico da Teoria de Aprendizagem Behaviorista.

3. Como se processa a aprendizagem segundo o Behaviorismo?

O Behaviorismo é uma teoria de aprendizagem, de orientação empirista, que acredita que o conhecimento é derivado da experiência, da capacidade de associação entre estímulos determinantes de comportamentos. Segundo o Behaviorismo, a aprendizagem se processa a partir da Teoria SSR (estímulo – resposta – reforço), na qual a Repetição é tida como forma de fixação.
Para Skinner, o aprendizado lingüístico era semelhante a qualquer outro aprendizado, lingüístico ou não, resultando de uma associação pela experiência conduzida por um ato de reforço e privação de origem externa ao indivíduo. Na aquisição de linguagem essa concepção de aprendizagem determina a repetição como forma de fixação, já que a mente seria incapaz de racionalizar.

4. Qual é o papel do professor e do aluno em uma abordagem de ensino de orientação Behaviorista?

Na abordagem behaviorista o aprendiz desempenha um papel passivo frente à aprendizagem, deixando para o professor todas as decisões em sala de aula. Ele é apenas um receptor que só precisa responder ou repetir o que o professor solicitar. O professor dessa maneira fica livre para conduzir a sua aula sem interferência ou contradições ao seu planejamento, mas a disciplina em sala de aula fica difícil, porque o aluno torna-se desmotivado, pois o conteúdo geralmente não faz sentido para sua vida. A aprendizagem torna-se então superficial e fragmentada. Esse tipo de abordagem é mais fácil para o professor por não ter o retorno ou crítica do aluno e é muito utilizado em classes com número excessivo de alunos, onde se torna difícil a confecção de um programa que atenda às necessidades individuais dos alunos.


5. O que está ocorrendo quando a criança comete erros estruturais ou semânticos?

Os erros estruturais ou semânticos cometidos pela criança indicam que ela está usando sua criatividade para elaborar certas regras que, à primeira vista, parecem “desvios” das formas convencionais, realizando-se por meio da generalização, simplificação e hipercorreção.

6.
Cite duas Teorias de Aprendizagem consideradas Racionalistas?

O Inatismo e o Construtivismo são teorias racionalistas, pois acreditam que além da experiência há um componente interno que é utilizado na aquisição do conhecimento.

7. Descreva o que é e como funciona o DAL e o GU.

O DAL – “Dispositivo de Aquisição de Linguagem” – é um dispositivo interno, do qual o ser humano é dotado, responsável pela organização e aprendizagem da linguagem. Ele dá ao aprendiz o meio de processar o discurso que ele ouve ao seu redor absorvendo o sistema de linguagem utilizado.
A GU – Gramática Universal – Caracteriza-se como sendo os componentes “universais” que podem ser encontrados em todas as linguagens conhecidas, tais como a ordenação da frase e relações gramaticais básicas.

8. Quem concebeu o Construtivismo?

O construtivismo, proposta teórica também chamada de cognitivismo, vincula a linguagem à cognição foi desenvolvida a partir de estudos de Jean Piaget.

9. Quais são os estágios Piagetianos?

Piaget propõe que o desenvolvimento cognitivo passa por períodos, estágios: sensório-motor (zero a dezoito meses), pré-operatório (dois a sete anos), operações concretas (7 a 12 anos) e operações formais. Os estágios piagetianos são universais (gerais e invariáveis) e, em cada um, a criança desenvolve capacidades necessárias para o estágio seguinte, provocando mudanças qualitativas no desenvolvimento.

10. Quais são as principais críticas ao Construtivismo?

As principais críticas ao Construtivismo foram a rigidez do sequenciamento de estágios de desenvolvimento elaborados por Piaget, desde que pesquisas desenvolvidas têm demonstrado que as habilidades intelectuais das crianças são maiores e mais abrangentes do que pressupôs Piaget, bem como a ausência da consideração social, outro motivo de crítica, pois a teoria de Piaget enfatiza muito o individual esquecendo das influências sociais recebidas no contexto de aprendizagem.

11. Como é o ensino baseado na Teoria Construtivista?

O ensino baseado nessa teoria atribui muita importância à pesquisa e prática, por parte do aluno, pois é nesse momento que acontecerá a aprendizagem. Dessa forma, há motivação e engajamento resultante da experiência direta do aluno, estimulando sua criatividade. O aprendiz, segundo essa teoria de aprendizagem, é ativo, negocia com o professor as atividades a serem desenvolvidas, sua ordem e avaliação. Os interesses dos alunos são contemplados. O conhecimento é construído com base na experiência com o mundo físico, isto é, na ação sobre o ambiente.

12. Como se processa a aprendizagem segundo o Sócio-Construtivismo?

Segundo Vygotsky o desenvolvimento do potencial do aprendiz é ativado quando tem assistência de alguém que possua um conhecimento superior ao seu em determinada área de estudo. Essa assistência pode vir de discussão com o professor, debate com os colegas para resolução de um problema ou tarefa; discussão com os pais ou até assistência a um programa de televisão.Nessa interação, o conhecimento do outro serviria como estrutura, armação, para a construção do conhecimento do aprendiz, o qual, após analogia e racionalização seria efetivado como seu próprio conhecimento, tornando o aprendiz independente.

13. O que é ZPD?

ZPD – significa Zona Proximal de Desenvolvimento, no contexto do contato do aprendiz com alguém que possua um conhecimento superior ao seu em determinada área de estudo, para, dessa maneira, possibilitar o desenvolvimento de seu potencial.

14. Qual teórico concebeu o Sócio-Construtivismo?

O mais influente teórico dessa abordagem foi Vygotsky.

15. Qual é o papel do professor no Sócio-Construtivismo?

O papel do professor no Sócio-Construtivismo é de freqüente intervenção para com o aluno, ou seja, as atividades em sala de aula são negociadas com os alunos que a partir daí agem independentemente do professor que atuará como um agente reflexivo orientando sempre que necessário, até que os alunos cheguem a uma conclusão coerente e significante para si mesmo. Essa abordagem é desafiante, pois requer muito do professor, não como controlador, mas como orientador, devendo estar pronto, com todo seu conhecimento científico, cultural e didático para intervir positivamente

QUESTÕES SOBRE AQUISIÇÃO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA



INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA I – 5º PeríodoPROFª.DRª. Jaciara Rondon Gonçalves

QUESTÕES :

1. Qual a diferença entre “aquisição” e “aprendizagem” segundo Krashen?

Segundo o autor, a aquisição de L2 é um processo semelhante ao modo pelo qual as crianças desenvolvem habilidades em L1. Ela ocorre em nível do inconsciente, pois o indivíduo que adquire a língua, geralmente, não está ciente do fato de que está internalizando as suas regras, mas sim que a está usando para se comunicar. A correção é feita pela intuição, ou seja, as sentenças gramaticais soam bem, ao passo que os erros soam mal.
Por outro lado, para Krashen, a aprendizagem se refere ao conhecimento consciente de uma L2, o que significa conhecer as regras, estar ciente delas e ser capaz de falar sobre elas.

2. Segundo Chomsky, com quantos anos se extingue a capacidade de aquisição de línguas, ou o funcionamento do DAL?

De acordo com Chomsky, a aprendizagem de línguas ocorre rapidamente e está basicamente completada por volta dos cinco anos de idade.

3. Segundo Taylor qual a vantagem que um adulto tem sobre uma criança na aquisição de L2? Qual é o único ponto em que o adulto não consegue atingir na aquisição de L2.

De acordo com Taylor, a capacidade lingüística anterior e a maturidade cognitiva avançada do adulto dão a ele uma vantagem em termos de rapidez na aprendizagem. O único ponto que o adulto não consegue atingir na aquisição da L2 é o que diz respeito ao desempenho fonológico, ou seja, após certa idade possuir um sotaque como o do nativo não é mais possível, o que ocorre pelo fato de a L1 já haver influenciado significativamente a L2.

4. Enumere na seqüência correta a ordem em que os morfemas são adquiridos na L2 por crianças e adultos.

( 6 ) Passado Irregular ( 7 ) Passado Regular
( 3 ) Cópula (To Be) ( 5 ) Artigo
( 8 ) 3ª do sing. “s” ( 1 ) ING
( 2 ) Plural ( 4 ) Presente Contínuo
( 9 ) Possessivo

5. O que “input compreensível” (i+l)?

Na hipótese do “input” i + (i+l) o adquirente que está em determinado estágio ou tem determinado conhecimento, partindo desse conhecimento anexa outro e assim sucessivamente. Nessa equação i representa competência atual, e i+l, o próximo nível.


6.
Cite as quatro partes da Competência Comunicativa.

A competência comunicativa abrange: competência lingüística (vocabulário e estrutura); competência sóciolingüística (saber onde e como usar a língua); competência discursiva (elaborar o discurso com coesão e coerência) e competência estratégica (superar dificuldades ou falta de conhecimento na utilização da língua).

7. A atuação do Monitor se dá na aquisição ou na aprendizagem?

A atuação do Monitor se dá na aprendizagem, desde que a aprendizagem tem apenas uma função que pode ser como editor ou monitor.

8. Quais são as três condições necessárias para o usuário utilizar o Monitor?

As três condições necessárias para utilizar o Monitor são: (i) TEMPO: Para pensar e usar regras consciente e efetivamente; (ii) FOCO NA FORMA: O usuário deve ater-se à forma, ou pensar na correção; (iii) CONHECER AS REGRAS: Exigência muito expressiva, desde que os lingüistas têm ensinado que a estrutura da língua é extremamente complexa, e afirmam que têm descrito apenas um fragmento das melhores línguas conhecidas.

9. Quais são as características do usuário over-user?

Os usuários over-user geralmente são pessoas que utilizam o Monitor o tempo todo, performers que estão constantemente checando sua produção, seu produto com seu conhecimento consciente da segunda língua. Como resultado, tais performers podem falar hesitantemente, frequentemente se auto-corrigindo em meio à comunicação, e são tão preocupados com a correção que não podem falar com fluência real.

10. Quais são as características do usuário ideal?

Algumas características do usuário ideal são: Utilizar o Monitor quando for apropriado e não interferir na comunicação, bem como usar sua competência aprendida como suplemento à sua competência adquirida.

11. Cite alguns fatores que podem ser motivo de rejeição de input pelo filtro afetivo?

Alguns fatores que podem ser motivo de rejeição de input pelo filtro afetivo são: MOTIVAÇÃO: falta de motivação pode dificultar a aquisição da segunda língua; AUTO-CONFIAÇA: Performers com baixa auto-confiança e baixa auto-estima encontram maiores dificuldades na aquisição da L2; ANSIEDADE: Muita ansiedade pode interferir na aquisição da 2ª língua.

12. O que são Formas Transitórias na aquisição de L2?

As Formas Transitórias na aquisição da L2 são os erros, muito parecidos, cometidos pelos aprendizes da L2, isto é, os erros periódicos de desenvolvimento. Por exemplo, na aprendizagem da forma negativa, muitos aprendizes de 1ª e 2ª língua passam por um estágio no qual colocam a marca da negação fora da frase, como em: No mom sharpen it. Um estágio típico alcançado mais tarde é a colocação da marca de negação entre o sujeito e o verbo, antes de chegar à forma correta, como em: I no like this one.

13. O que é “fossilização” ou “pidginização”?

A “fossilização” ou “pidginização” é o uso contínuo de formas reconhecidamente errôneas. Segundo a teoria da aculturação, que é definida como o processo pelo qual um indivíduo se adapta a uma nova cultura, quando a distância social e psicológica entre a cultura do indivíduo e a nova cultura é muito grande, o indivíduo terá dificuldades para ir além dos estágios iniciais do processo de desenvolvimento da nova língua. Esta então, permanecerá “pidginizada”, ou seja, “fossilizada” em formas simples e reduzidas, como por exemplo “*my father 42 year old”.

14. Cite duas causas da fossilização.

Segundo Klein (1986), a fossilização ocorre por várias razões, entre elas: o fato de o indivíduo considerar desnecessário melhorar sua pronúncia, uma vez que consegue se comunicar, a despeito do fato de não possuir uma pronúncia perfeita, bem como o indivíduo sentir a necessidade de manter um distanciamento dos falantes nativos, de modo a preservar, em parte, sua identidade social.

15. Explique a frase “A modificação interacional torna o input compreensível’”.

A frase pode ser compreendida como uma afirmação de que a interação modificada é necessária para a aquisição de uma L2, dessa forma, a modificação interacional torna o input compreensível, pois os falantes nativos ajustam o seu discurso para se comunicarem com os falantes não-nativos. A frase também mostra a importância de se realizarem situações em sala de aula nas quais os alunos possam interagir significativamente uns com os outros na L2.

16. O que é “período silencioso”?

O período silencioso é um fenômeno que é mais observável na aquisição da segunda língua por crianças, no qual tem sido observado que crianças adquirentes de uma segunda língua em um ambiente linguístico natural e informal, podem produzir muito pouco por vários meses após o seu primeiro contato com a segunda língua. De modo sucinto, vários meses podem se passar até que elas comecem a falar e a fala que surge pode conter erros.

17. Cite uma vantagem e uma desvantagem na utilização de regras da L1 na L2.

Uma vantagem é que a produção prematura permitida com o uso das regras da língua materna também ajuda a receber input - ele permite ao usuário participar mais na conversação, e isto pode significar mais input compreensível e, portanto mais aquisição na 2ª língua.Uma desvantagem do uso de regras da língua materna na segunda língua deve-se ao fato de que mesmo que as regras da língua materna sejam similares a uma regra atual da segunda língua ou forma transicional, não está claro que essas regras ajudarão no progresso do adquirente. Elas podem não assumir o status de "verdadeiras" regras da segunda língua na seqüência do desenvolvimento.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

IDADE MODERNA

A burguesia se fortalece

  • No século XVII, ainda persistem as contradições decorrentes do processo de decomposição da ordem feudal e da ascensão da burguesia, com a conseqüente implantação do capitalismo;
  • Intensifica-se o comércio, a colonização assume características empresariais, e a Europa é inundada pelas riquezas extraídas da América;
  • A nova ordem se consolida com o mercantilismo, sistema que supõe o controle da economia pelo Estado e que resultou da aliança entre reis e burgueses;
  • À medida que a burguesia se fortalece, surgem as sementes do liberalismo, perceptíveis nas críticas ao excessivo controle estatal da economia e no questionamento da legitimidade do poder real;
  • Final do século XVII, a revolução Gloriosa (1688) liquida o absolutismo e instaura a monarquia constitucional na Inglaterra;
  • O intérprete das idéias políticas liberais é o filosofo inglês John Locke (1632-1704). “O liberalismo é uma teoria que exprime os anseios da burguesia”;
  • Um dos aspectos progressistas do pensamento liberal reside na origem democrática e parlamentar do poder político, determinado pelo voto e não mais pelas condições de nascimento, como na nobreza feudal.


Características do pensamento moderno

  • Desde o Renascimento, o homem começa a opor ao critério da fé e da revelação, a capacidade de discernir, distinguir e comparar, própria da razão;
  • Desenvolve a mentalidade crítica, substitui o dogmatismo pela possibilidade da dúvida, questiona a Igreja e a filosofia aristotélica, rejeita o princípio da autoridade;
  • Esse processo representa a tendência antropocêntrica, ou seja, o resgate da dimensão humana sob todos os aspectos;
  • Filósofos como Descartes, bacon, Locke, Hume, Spinoza discutem a teoria do conhecimento e ocupam-se com o problema do método, isto é, com os procedimentos da razão na investigação da verdade;
  • Método significa direção, caminho para um fim, instrumento que permite a construção do conhecimento;
  • Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, na consciência, como ponto de partida de todo conhecimento; Locke desenvolve uma concepção empirista, afirmando que nada está no espírito que não tenha passado primeiro pelos sentidos;
  • Renascimento científico – expressão da ordem burguesa.

A “crise da consciência européia”

  • No século XVII acontece uma revolução espiritual que já foi chamada de crise da consciência européia. Ao opor à ciência contemplativa um saber ativo, o homem não se contenta em apenas “saber por saber”, mas deseja “saber para transformar”.

O realismo na pedagogia

  • No século XVII, as idéias advindas do racionalismo e do renascimento científico influenciam os pedagogos, cada vê mais interessados pelo método e realismo em educação;
  • A principal tendência é a busca de métodos diferentes a fim de tornar a educação mais agradável e ao mesmo tempo eficaz na vida prática;
  • Nas escolas a língua materna se sobrepõe ao latim, apesar de persistir o ideal enciclopédico. A educação física também é valorizada.

Comênio: “ensinar tudo a todos”

  • “Se há método para conhecer corretamente, deverá haver para ensinar de forma mais rápida e mais segura” – João Amós Comênio (1592-1670), nascido na Morávia, maior educador e pedagogo do século XVII. Produz uma obra fecunda e sistemática, cujo principal livro é “Didática magna;
  • Comênio prende tornar a aprendizagem eficaz e atraente mediante cuidadosa organização de tarefas;
  • O ponto de partida da aprendizagem é sempre o conhecido, indo só simples ao complexo, só concreto para o abstrato;
  • O ensino deve ser feito pela ação e está voltada para a ação “Só fazendo a prendemos a fazer”;
  • Em consonância com o espírito do seu tempo, Comênio quer “ensinar tudo a todos”. Atingir o ideal da pansofia ou sabedoria universal, no entanto não significa erudição vazia;
  • “A educação permite ao aluno pensar por si mesmo, não apenas como “simples espectador, mas ator” Só assim há progresso, intelectual, moral e espiritual capaz de aproximar o homem de Deus.

    Locke: a formação do gentil-homem

  • Embora vivendo no século XVII, o inglês John Locke exerceu influencia muito grande nos séculos seguintes por causa das concepções sobre o liberalismo e o conhecimento;
  • Ao criticar o racionalismo de Desacates, Locke desenvolve uma concepção da mente infantil e da educação;
  • Locke valoriza a educação física, e sendo médico e de saúde frágil, dá inúmeros conselhos para o fortalecimento do corpo, o aumento da resistência e o autodomínio;
  • Para Locke, os fins da educação se concentram no caráter, muito mais importante que a formação apenas intelectual, embora esta não deva ser absolutamente descuidada;
  • Propõe o tríplice desenvolvimento físico, moral e intelectual, característico do gentleman,o gentil-homem;
  • Ao contrario de Comênio, Locke não defende a universalização da educação. Para ele, a formação dos que irão governar e daqueles que serão governados deve ser diferente, configurando assim o aspecto elitista da sua pedagogia.

Fénelon: a educação feminina

  • Fénelon (1615 -1715) bispo – retoma a educação feminina;
  • Recomenda, para elas, uma educação alegre, baseada mais no prazer que no esforço, para que as moças adquiram instrução geral: gramática, poesia, história e leitura selecionada de obras clássicas e religiosas;
  • Só as moças de tendências excepcionais seriam encorajadas a continuar os estudos. Para as demais é reservada a educação religiosa e moral.

A educação religiosa

  • No século XVII, os esforços para institucionalizar a escola, iniciados no século anterior, se aperfeiçoam com a legislação referente à obrigatoriedade, aos programas, níveis e métodos;
  • O monopólio do ensino ainda pertence à Companhia de Jesus – século XVIII mais de 600 colégios espalhados pelo mundo. Apesar de organizados e competentes, os jesuítas representam o ensino tradicional e mais conservador;
  • Outras congregações religiosas desenvolvem um trabalho mais adequado ao espírito moderno, como os oratorianos, da Congregação do Oratório, fundada em 1614;
  • Os jansenistas constituem outro grupo que também se opõe ferrenhamente aos jesuítas - organizam as famosas “pequenas escolas”, que em breve tempo desempenham papel importante na formação de líderes para a Igreja e o Estado;
  • Inspirados por Jansênio consideram a natureza humana intrinsecamente má e retomam os temas agostinianos da graça e do pecado;
  • Inspirados pelo método cartesiano, os jansenistas só passam para o desconhecido por meio do já conhecido e nada ensinam que não possa ser compreendido pela mente em formação da criança.


As academias

  • As academias do século XVI, não são escolas institucionalizadas, mas visam atender aos interesses da nobreza na formação cavalheiresca de seus filhos;
  • Devido ao progresso da ciência e ante a decadência das universidades (exceto as da Alemanha) surgem as academias cientificas, nas quais os cientistas se associam para a troca de experiências e publicações.

A educação pública

  • No Renascimento, por inspiração da Reforma as escolas da Alemanha buscavam a universalização do ensino elementar como forma de propagar a fé religiosa; - No século XVII, persiste essa tendência em oposição ao ensino dos jesuítas, tradicionalmente centrado no nível secundário e, portanto mais elitista;
  • Em 1619 o Ducado de Weimar regulamenta a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de seis a 12 anos; - Em 1642 o duque de Gotha estabelece leis para a educação primária obrigatória;
  • Na França, ainda dentro do ideal da escola pública e gratuita destaca-se o trabalho do abade Charles Démia (1636-1689), que publica um livro defendendo a educação popular;
  • Ainda na França, outra tentativa importante de instrução elementar gratuita para os pobres é levada a efeito por São João batista de La Salle, que em 1684 funda o Instituo dos irmãos das Escolas Cristãs. Sua obra espalha-se nos séculos seguintes pelo mundo, ampliando a área de ação pedagógica para o ensino secundário e superior e também para a formação de professores.

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna. 2ª ed, 1996

segunda-feira, 15 de junho de 2009

IDADE MÉDIA - Resumo

  • Mil anos - queda do império romano (476) até a tomada de constantinopla pelos turcos; (1453) - Idade das Trevas;
  • Cidades se despovoam;
  • Ruralização;
  • Proteção morando perto do castelo do senhor/atividade agrícola/artesanato caseiro;
  • Escambo/ quase desaparecendo as moedas;
  • Submissão/miséria;
  • Monges/únicos letrados;
  • Mulheres.

EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

Tópicos retirados do texto produzido por: VALDIRENE REIS DOS SANTOS

  • Nesse período que vai do século V ao XV a educação cristã é predominante com escolas e mosteiros da educação primitiva que se desenvolvem e se tornam os únicos centros de cultura e educação dos primeiros séculos da Idade Média, devido tal esquecimento intelectual essa ficou conhecida como "Idade das Trevas";
  • Na Idade Média surge novo tipo de educação eclesiástica, as escolas catedrais, a partir do século XI. O ensino era responsabilidade do didasculus e podiam também participar bispos, monges ou sacerdotes, essas escolas começaram a decair com a criação das universidades. As catedrais se destinavam a formação de clérigos e ensinavam matérias realistas e humanistas, evangelhos ou teologia e eram inspecionadas pelos bispos que estendia a função a todas as escolas;
  • Um outro momento da educação medieval é o nascimento das Universidades no século XII, esta surgiu de forma espontânea e supria os anseios nacionais. A primeira Universidade foi a escola de Medicina de Salerno, na Itália, depois a de Bolonha, nesta cidade e no mesmo século. Porém, a mais importante universidade surgiu em Paris, no século XIII e derivou da escola catedral de Notre Dame e que modelou as demais Universidades européias;
  • As Universidades tiveram grande influ ncia na Idade Média, representou o ápice da sabedoria até a renascença e pela forte ligação com a escolástica começaram a declinar até admitir as novas ciências;
  • No final da Idade Média, surgiu nova classe social, a burguesia, que se organizava em corporações ou grêmios e criaram escolas. A educação gremial tinha caráter profissional e era transmitida com ou sem escolas na corporação, o aluno observava o mestre e após os 15 ou16 anos se tornava oficial e tinham que participar de uma corporação.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

EDUCAÇÃO GREGA




A nova era da cultura da humanidade, como também, da cultura ocidental tem início com a Grécia. É da cultura grega que derivam, em grande parte, nossa educação e pedagogia.
Alguns traços característicos da cultura grega são:
O descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, independentemente de toda autoridade religiosa ou política;
O reconhecimento da razão autônoma, da inteligência crítica, libertadada de dogmas ou considerações extrínsecas;
A criação da ordem, da lei, do cosmo, tanto na natureza como na humanidade;
A criação da vida cidadã, do Estado, da organização política;
A criação da liberdade individual e política dentro da lei e do Estado;
A invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática, da filosofia e das ciencias físicas;
O reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual;
O princípio de competição e seleção dos melhores na vida e na educação;
A consideração da educação humana em sua integridade: física, ética e estética.
Na história da educação grega se pode distinguir quatro períodos essenciais:
A educação heroíca, cavalheiresca, representada pelos poemas homéricos;
A educação cívica, representada por Atenas e Esparta;
A educação clássica, humanista representada por Sócrates, Platão e Aristóteles;
A educação helenística, enciclopédica, representada pela cultura alexandrina.


A educação heroíca ou cavalheiresca


A sociedade helênica primitiva era aristocrática, baseada nos feitos bélicos. A família era de caráter patriarcal.
O ideal da educação dessa época está em consonância com os ideias e as aspirações da sociedade; e, pois que se tratava de tempos heroícos e guerreiros, tinha a educação o mesmo caráter. Esse caráter vem expresso nas obras fundamentais do período: Ilíada e Odisséia, escritas por volta do século VIII a. C.
A educação do jovem guerreiro constava de duas partes essenciais. Em primeiro lugar, exercitava-se no manejo das armas, do arco e flecha e se praticavam diversos esportes e jogos cavalheirescos. ao mesmo tempo, ensinavam-lhe as artes musicais (dança, canto e lira) e a oratória. Cultivava-se nele, também, o dom da cortesia, das boas maneiras, assim como a astúcia.
A educação não era dada, nessa época, em escolas ou instituições especiais, mas recebida nos palácios ou castelos dos nobres.


A educação espartana

Esparta alcançou grande renome na história da civilização como um povo militarizado, rude e inculto. Isso ocorreu por causa das conquistas políticas, e pelo fato de ter de manter submetidos os povos conquistados. Dessa forma, os espartanos tiveram que converter em soldados todos os seus cidadãos livres. Isso deu a Esparta a rigidez e a severidade que a caracterizaram.
Esparta desenvolve, em substituição do guerreiro individual homérico, a formação de linhas ou corpos de infantaria em ordem cerrada para o combate e, em lugar de bandos ou agrupamentos de nobres, o ideal coletivo de Estado, ao qual tudo se subordina. Contudo, ao mesmo tempo que militar, a educação espartana era esportiva e musical. Os espartanos primavam igualmente em certos aspectos da música e da dança. Todavia, nesses aspectos, Esparta ficou tolhida pelas necessidades militares, renunciando à participação nos jogos olímpicos, às artes, e acentuando o predomínio das atividades guerreiras.


A educação ateniense


A polis, a cidade, é o centro da cultura ateniense. Enquanto em Esparta os homens vivem em aldeias e acampamentos, surge em Atenas a vida urbana.
Na primeira parte de sua cultura, nos séculos VII e VI, na época da chamada educação antiga, Atenas não tem organização educacional própria, mas tem uma instituição que estimula as atividades educativas: Os certames nacionais desportivos.
A educação era mais matéria social que estatal. A partir dos sete anos começava a educação propriamente dita, que compreendia duas partes essências: a ginástica e a música. O moço recebia a eduucação física do pedotriba, em campos de jogos chamados palestras, depois, passava para os ginásios, já mantidos pelas cidades. A educação ginástica não tinha apenas aspectos físicos, mas contribuía também para a formação do caráter.
A educação musical compreendia não apenas a música, mas também a poesia; e era dada pelo citarista, por vezes na própria palestra , ou então, em ligares especiais.
A educação (preparação musical e a ginástica) diz Dilthey, "acham-se unidas na paidea para este fim comum: bela conformação integral da pessoa, desenvolvimento da energia guerreira e impulso vital".
A educação ateniense passa por diferentes mudanças mudanças no decorrer do tempo, onde aprimora-se; surge no século V a chamada "educação nova", o didaskalos substitui o citarista, o que aumenta a instrução, ampliada a outros aspectos da vida cultural, como aratmética e letras; surgem os sofistas, os quais preeparavam os jovens para a oratória; como também, disseminação de novas idéias.


A educação helenística


A última fase da educação helênica começa com a formação do Império de Alexandre, no século IV a.C.e com o enfraquecimento das cidades-estado.
Nesse período, a educação deixa de ser matéria de iniciativa privada e passa a ser educação pública , posto que não do Estado, mas dos municípios, das cidades.
A educação escolar continua mais ou menos a mesma das épocas anteriores, só que com maior acentuação do aspecto intelectual e diminuição do aspecto físico e estético. a leitura, a escrita e o cálculo desemvolvem-se mais, mas os métodos são puramente memorísticos e, a disciplina é muito dura, constantes os castigos corporais.

LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da pedagogia. São Paulo: Nacional, 2001.

RENASCIMENTO: HUMANISMO E REFORMA



O Renascimento, ou Renascença, foi um período compreendido entre os séculos XV e XVI e é assim denominado por representar uma retomada dos valores greco-romanos. Esse período desencadeia outro movimento: o Humanismo, movimento esse que prega a valorização do antropocentrismo como medida de superação do teocentrismo, que prevalecia na Idade Média. O referido movimento Humanismo prega, propriamente, a valorização dos valores humanos e terrenos. A visão passa a ser humanista. Acentua-se na Renascença a busca da individualidade, caracterizada pela confiança no poder da razão de cada um para estabelecer seus próprios caminhos.
Durante esse período, acentua-se a decadência do feudalismo, principalmente em decorrência do novo modo de produção capitalista, e a ascensão da burguesia. O espírito inovador do Renascimento se manifesta inclusive na religião, com crítica estrutura autoritária e decadente da Igreja, centrada no poder papal. Iniciam-se movimentos de ruptura com esse modelo autoritário representados pelo luteranismo, calvinismo e anglicanismo. Esses movimentos pregavam uma ruptura com alguns preceitos impostos pela igreja. Devido expansão e a forte adesão que esse movimento protestante estava adquirindo, a Igreja reagiu prontamente com a Contra - Reforma, com o intuito de reafirmar os princípios de fé e a supremacia papal, criticada pelos protestantes por não se enquadrar aos moldes propostos pelos Renascentismo.
Com relação a pedagogia, a produção intelectual, seja na literatura ou filosofia, demonstra o interesse em superar as contradições entre o pensamento religioso medieval e os anseios da secularização da burguesia. Nesse contexto de crítica tradição, a educação procura bases naturais, não religiosas, a fim de se tornar instrumento adequado para a difusão dos valores burgueses. Esse ideal é defendido com vigor na obra de literatos, filósofos e pedagogos, apesar de não ser alcançado nas escolas. Apesar da grande produção intelectual não representar uma filosofia de educação como sistema de pensamento coerente e organizado, com exceção do humanista espanhol Vives, o que existe são esboços e fragmentos de reflexão sobre a teoria da educação e pedagogia, que faz parte de uma produção filosófica mais ampla, como é o caso de Erasmo, Rabelais e Montaigne.
A educação é muito importante no Renascimento. Educar torna-se uma questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem, e os colégios proliferam-se, assim como os manuais para alunos e professores. Enquanto os homens muito ricos ou da alta nobreza continuam a ser educados por preceptores em seus próprios castelos, a pequena nobreza e a burguesia querem educar seus filhos e os encaminham para as escolas, na esperança de melhor prepará-los para a liderança e a administração da política e dos negócios. Já os segmentos populares, em geral, não têm seus interesses pela educaç o levados em conta.
A meta da escola n o se restringe transmissão de conhecimentos, mas formação moral. Diferentemente da idade média é proposta uma nova hierarquia, a qual submete as crianças a uma severa disciplina inclusive a castigos corporais. O regime de estudos é de certo modo rigoroso e extenso. Não é abandonada a ênfase no estudo do latim, com freqüente descaso pela língua materna. Esse sistema educacional é duramente criticado pelos humanistas, sobretudo por Erasmo e Montaigne.
Embora presente em teoria o ideal de secularização do humanismo renascentista, esse nem sempre se cumpre, pois a implantação da maioria dos colégios fica por conta das ordens religiosas. Apesar disso, s o criadas, por iniciativa de particulares, outro tipo de escola que melhor se adapta ao espírito do humanismo; essa educaç o leiga propõe uma formaç o intelectual voltada para o ideal renascentista da mais ampla cultura humanística, com atenç o especial ao estudo do grego e do latim. Nesse modelo, embora objeto de cuidado a disciplina procura ser menos rude e intolerante. Na Itália destaca-se o trabalho de Vittorino da Feltre (1373? -1446), que pode ser considerado o primeiro grande mestre de feitio humanista. Feltre, em sua escola, cuida não só de recreação e exercício, mas do desenvolvimento do convívio em sociedade e do autodomínio.
Nesse período, desenvolveu-se também a educação religiosa reformada, proposta pelos protestantes. Em oposição educação proposta pelos protestantes surgiu o colégio dos jesuítas, o qual primava na formação dos mestres para que houvesse eficiência em sua pedagogia. O ensino nos colégios jesuítas seguia as regras do ratium studiorum.
De acordo com o exposto, evidencia-se que o renascimento é um período de contradições, típico de época de transições. Nesse período, a classe burguesa, enriquecida, assume padrões aristocráticos e aspira a uma educaçõo que permita formar o homem de negócios, com conhecimento das letras e, também, que possa desfrutar dos prazeres da vida e do luxo, o que era proibido na Idade - Média.




BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna. 2ª ed, 1996.

REDUÇÕES JESUÍTAS, ACULTURAÇÃO INDÍGENA E EXPULSÃO DOS PADRES DA COMPANHIA DE JESUS. " Enfoque sobre o Filme a Missão"


Um enfoque explanado no filme "A Missão" se apresenta na ação evangelizadora dos padres jesuítas com o objetivo de promover a catequização dos indígenas, na América do Sul, e transmitir-lhes a cosmovisão européia.
Os jesuítas eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. Os principais objetivos dos padres jesuítas se resumiam em: Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI, principalmente América; Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesas e espanholas, os costumes europeus e a religião católica; Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.
Os aldeamentos organizados e administrados pelos jesuítas eram denominados "missões" ou "reduções".
"As reduções jesuíticas se estruturavam em forma de vilas; no centro do aldeamento, em volta de uma praça quadrada, erigia-se a igreja e a moradia dos padres, em geral eram as construções mais ricas. A escola, o armazém geral, a casa de hóspedes e a casa das moças eram mais pobres e os alojamentos indígenas consistiam de longos edifícios de pau-a-pique ou adobe, abertos para uma varanda coberta." (DAVIDOFF, 1994, p. 42).
A utilização produtiva da terra, nos aldeamentos, era feita através da divisões de lotes, nos quais as famílias indígenas trabalhavam a fim de obter o seu sustento. Esses lotes eram conhecidos como abambaé (parte das pessoas). No entanto, os melhores lotes eram os tupambaé (parte de Deus), onde os indígenas deveriam trabalhar por dois dias durante a semana. Nesses lotes se empregava o trabalho coletivo e o produto gerado se destinava a manutenção de padres e demais funcionários, os que, de alguma forma, necessitavam do trabalho coletivo para serem sustentados. Os produtos gerados nos lotes tupambaé eram, também, negociados pelos padres para a obtenção de artigos de que as reduçõe necessitavam.
A estrutura econômica se baseava, fundamentalmente, na organização do trabalho coletivo, cujos frutos se revertiam para a comunidade, que os utilizava segundo o preceito cristão da partilha de bens.
A ação dos jesuítas é duvidosa com relação questão indígena, pois se em uma perspectiva se posicionavam contra a escravidão indígena, agindo com o objetivo de difundir a fé cristã , promover a convers o dos nativos, introduzir o principio de civilidade e ordem, além de moderar seus hábitos considerados anticristãos, sob outra ótica, as missões serviam como mais um, "forte", instrumento do colonialismo, pois confinavam os índios em aldeamentos, interferindo, significativamente, em sua cultura, substituindo suas crenças pelos ritos católicos, além de impor uma nova cultura (cultura européia) em detrimento de suas tradições; mesmo quando preservados os costumes dos silvícolas, esses eram adaptados para servir ao propósito do colonizados, nesse caso, os próprios padres jesuítas.
No referido filme "A Missão" o enfoque dado aos padres jesuítas é o de benfeitores quanto colonização empreendida por eles. Essa perspectiva, a qual elege os padres jesuítas como "bons samaritanos" é singular no filme e, o papel jesuíta com relação interferência cultural que promoveram é preterido e, mesmo quando se evidencia é camuflado por aspectos positivos.
Outro ponto que se destaca no filme se apresenta na chegada dos colonos (bandeirantes) s reduções jesuíticas. Estes colonos tinham o objetivo de se apoderar dos índios cativados, para mão-de-obra, como também, das excelentes posses dos padres inacianos.
As reduções jesuítas representavam excelentes alvos para os bandeirantes colonizadores, pois ao invés de aventurar-se pelos sertões, era preferível apanhar os índios (escravos) nas reduções jesuítas, onde já estavam iniciados na arte da paz, como também, habituados ao trabalho. Esses índios representavam, desse modo, escravos de qualidade superior dos que se refugiavam nas matas, além do fato de as missões representarem excelentes estabelecimentos, devido suas criações e plantações, o que despertava a cobiça e a ganância dos colonizadores.
Principalmente ao longo do século XVII aumentaram os conflitos entre os colonos, jesuítas e indígenas, o que se justifica devido a dois fatores principais: O primeiro fator, a união entre Portugal e Espanha sob domínio dos Felipes da Espanha, período esse conhecido como União Ibérica, o que facilitou as incursões portuguesas no território espanhol. O segundo fator foi a desorganização do mercado português de escravos africanos, no início do século XVII, por parte da Holanda.
Com os impedimentos colocados pelos holandeses ao abastecimento de negros para os vários pontos do litoral brasileiro, a falta da mão-de-obra negra foi sensivelmente sentida, logo, resultou na busca de mão-de-obra local, isto é, índios. Esses índios escravos serviam como mão-de-obra nos empreendimentos portugueses, como também, moeda lucrativa para negociação com os países que sofriam com a carência. Nesse pressuposto, as reduçãoes jesuítas representavam uma fonte "generosa" e "proveitosa" de abastecimento. As missões, como conseqüência, passaram a ser, cada vez mais, atacadas pelos colonizadores, e cada vez de forma mais impetuosa.
Em 1759 Através do Alvará Régio de 03 (tr s) de setembro e da Carta Régia de 4 de outubro, incentivado pelo Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Rei D. José I, determinou a expulsão dos jesuítas de todos os domínios portugueses, tendo seus bens sido inventariados e seqüestrados para serem incorporados ao erário real. A ordem jesuítas foi acusada pela tentativa de criar um estado autônomo revelia da coroa. Primeiramente, foram expulsos de Portugal e, subsecutivo por outros países. Essa expulsão se justifica pelo fato das cortes européias se "nortearem" pelas idéias iluministas: liberdade, igualdade e fraternidade, princípios esses que se opunham aos ensinamentos e influências da Companhia de Jesus, o que camufla o interesse das cortes de se apoderar das possess es dos padres jesuítas.



BIBLIOGRAFIA
A MISS O (The Mission, ING). Direç o de Roland Joffé. Flashstar, 1986 (121 min.). Legendado. Port.
ARANHA, M. L. de A. História da Educaç o. S o Paulo: Moderna, 1996.
DAVIDOFF, Carlos. Bandeirantismo: verso e reverso. S o Paulo: Brasiliense 8ª ed, 1994.
Wikipédia. Enciclopédia Livre. Disponível em: http:// www.wikipédia.org. Acesso em 30 - 04- 2009, s 18h53min + http://www.suapesquisa.com/religi osociais/jesuias/html.