quarta-feira, 24 de junho de 2009

IDADE MODERNA

A burguesia se fortalece

  • No século XVII, ainda persistem as contradições decorrentes do processo de decomposição da ordem feudal e da ascensão da burguesia, com a conseqüente implantação do capitalismo;
  • Intensifica-se o comércio, a colonização assume características empresariais, e a Europa é inundada pelas riquezas extraídas da América;
  • A nova ordem se consolida com o mercantilismo, sistema que supõe o controle da economia pelo Estado e que resultou da aliança entre reis e burgueses;
  • À medida que a burguesia se fortalece, surgem as sementes do liberalismo, perceptíveis nas críticas ao excessivo controle estatal da economia e no questionamento da legitimidade do poder real;
  • Final do século XVII, a revolução Gloriosa (1688) liquida o absolutismo e instaura a monarquia constitucional na Inglaterra;
  • O intérprete das idéias políticas liberais é o filosofo inglês John Locke (1632-1704). “O liberalismo é uma teoria que exprime os anseios da burguesia”;
  • Um dos aspectos progressistas do pensamento liberal reside na origem democrática e parlamentar do poder político, determinado pelo voto e não mais pelas condições de nascimento, como na nobreza feudal.


Características do pensamento moderno

  • Desde o Renascimento, o homem começa a opor ao critério da fé e da revelação, a capacidade de discernir, distinguir e comparar, própria da razão;
  • Desenvolve a mentalidade crítica, substitui o dogmatismo pela possibilidade da dúvida, questiona a Igreja e a filosofia aristotélica, rejeita o princípio da autoridade;
  • Esse processo representa a tendência antropocêntrica, ou seja, o resgate da dimensão humana sob todos os aspectos;
  • Filósofos como Descartes, bacon, Locke, Hume, Spinoza discutem a teoria do conhecimento e ocupam-se com o problema do método, isto é, com os procedimentos da razão na investigação da verdade;
  • Método significa direção, caminho para um fim, instrumento que permite a construção do conhecimento;
  • Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, na consciência, como ponto de partida de todo conhecimento; Locke desenvolve uma concepção empirista, afirmando que nada está no espírito que não tenha passado primeiro pelos sentidos;
  • Renascimento científico – expressão da ordem burguesa.

A “crise da consciência européia”

  • No século XVII acontece uma revolução espiritual que já foi chamada de crise da consciência européia. Ao opor à ciência contemplativa um saber ativo, o homem não se contenta em apenas “saber por saber”, mas deseja “saber para transformar”.

O realismo na pedagogia

  • No século XVII, as idéias advindas do racionalismo e do renascimento científico influenciam os pedagogos, cada vê mais interessados pelo método e realismo em educação;
  • A principal tendência é a busca de métodos diferentes a fim de tornar a educação mais agradável e ao mesmo tempo eficaz na vida prática;
  • Nas escolas a língua materna se sobrepõe ao latim, apesar de persistir o ideal enciclopédico. A educação física também é valorizada.

Comênio: “ensinar tudo a todos”

  • “Se há método para conhecer corretamente, deverá haver para ensinar de forma mais rápida e mais segura” – João Amós Comênio (1592-1670), nascido na Morávia, maior educador e pedagogo do século XVII. Produz uma obra fecunda e sistemática, cujo principal livro é “Didática magna;
  • Comênio prende tornar a aprendizagem eficaz e atraente mediante cuidadosa organização de tarefas;
  • O ponto de partida da aprendizagem é sempre o conhecido, indo só simples ao complexo, só concreto para o abstrato;
  • O ensino deve ser feito pela ação e está voltada para a ação “Só fazendo a prendemos a fazer”;
  • Em consonância com o espírito do seu tempo, Comênio quer “ensinar tudo a todos”. Atingir o ideal da pansofia ou sabedoria universal, no entanto não significa erudição vazia;
  • “A educação permite ao aluno pensar por si mesmo, não apenas como “simples espectador, mas ator” Só assim há progresso, intelectual, moral e espiritual capaz de aproximar o homem de Deus.

    Locke: a formação do gentil-homem

  • Embora vivendo no século XVII, o inglês John Locke exerceu influencia muito grande nos séculos seguintes por causa das concepções sobre o liberalismo e o conhecimento;
  • Ao criticar o racionalismo de Desacates, Locke desenvolve uma concepção da mente infantil e da educação;
  • Locke valoriza a educação física, e sendo médico e de saúde frágil, dá inúmeros conselhos para o fortalecimento do corpo, o aumento da resistência e o autodomínio;
  • Para Locke, os fins da educação se concentram no caráter, muito mais importante que a formação apenas intelectual, embora esta não deva ser absolutamente descuidada;
  • Propõe o tríplice desenvolvimento físico, moral e intelectual, característico do gentleman,o gentil-homem;
  • Ao contrario de Comênio, Locke não defende a universalização da educação. Para ele, a formação dos que irão governar e daqueles que serão governados deve ser diferente, configurando assim o aspecto elitista da sua pedagogia.

Fénelon: a educação feminina

  • Fénelon (1615 -1715) bispo – retoma a educação feminina;
  • Recomenda, para elas, uma educação alegre, baseada mais no prazer que no esforço, para que as moças adquiram instrução geral: gramática, poesia, história e leitura selecionada de obras clássicas e religiosas;
  • Só as moças de tendências excepcionais seriam encorajadas a continuar os estudos. Para as demais é reservada a educação religiosa e moral.

A educação religiosa

  • No século XVII, os esforços para institucionalizar a escola, iniciados no século anterior, se aperfeiçoam com a legislação referente à obrigatoriedade, aos programas, níveis e métodos;
  • O monopólio do ensino ainda pertence à Companhia de Jesus – século XVIII mais de 600 colégios espalhados pelo mundo. Apesar de organizados e competentes, os jesuítas representam o ensino tradicional e mais conservador;
  • Outras congregações religiosas desenvolvem um trabalho mais adequado ao espírito moderno, como os oratorianos, da Congregação do Oratório, fundada em 1614;
  • Os jansenistas constituem outro grupo que também se opõe ferrenhamente aos jesuítas - organizam as famosas “pequenas escolas”, que em breve tempo desempenham papel importante na formação de líderes para a Igreja e o Estado;
  • Inspirados por Jansênio consideram a natureza humana intrinsecamente má e retomam os temas agostinianos da graça e do pecado;
  • Inspirados pelo método cartesiano, os jansenistas só passam para o desconhecido por meio do já conhecido e nada ensinam que não possa ser compreendido pela mente em formação da criança.


As academias

  • As academias do século XVI, não são escolas institucionalizadas, mas visam atender aos interesses da nobreza na formação cavalheiresca de seus filhos;
  • Devido ao progresso da ciência e ante a decadência das universidades (exceto as da Alemanha) surgem as academias cientificas, nas quais os cientistas se associam para a troca de experiências e publicações.

A educação pública

  • No Renascimento, por inspiração da Reforma as escolas da Alemanha buscavam a universalização do ensino elementar como forma de propagar a fé religiosa; - No século XVII, persiste essa tendência em oposição ao ensino dos jesuítas, tradicionalmente centrado no nível secundário e, portanto mais elitista;
  • Em 1619 o Ducado de Weimar regulamenta a obrigatoriedade escolar para todas as crianças de seis a 12 anos; - Em 1642 o duque de Gotha estabelece leis para a educação primária obrigatória;
  • Na França, ainda dentro do ideal da escola pública e gratuita destaca-se o trabalho do abade Charles Démia (1636-1689), que publica um livro defendendo a educação popular;
  • Ainda na França, outra tentativa importante de instrução elementar gratuita para os pobres é levada a efeito por São João batista de La Salle, que em 1684 funda o Instituo dos irmãos das Escolas Cristãs. Sua obra espalha-se nos séculos seguintes pelo mundo, ampliando a área de ação pedagógica para o ensino secundário e superior e também para a formação de professores.

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna. 2ª ed, 1996

segunda-feira, 15 de junho de 2009

IDADE MÉDIA - Resumo

  • Mil anos - queda do império romano (476) até a tomada de constantinopla pelos turcos; (1453) - Idade das Trevas;
  • Cidades se despovoam;
  • Ruralização;
  • Proteção morando perto do castelo do senhor/atividade agrícola/artesanato caseiro;
  • Escambo/ quase desaparecendo as moedas;
  • Submissão/miséria;
  • Monges/únicos letrados;
  • Mulheres.

EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

Tópicos retirados do texto produzido por: VALDIRENE REIS DOS SANTOS

  • Nesse período que vai do século V ao XV a educação cristã é predominante com escolas e mosteiros da educação primitiva que se desenvolvem e se tornam os únicos centros de cultura e educação dos primeiros séculos da Idade Média, devido tal esquecimento intelectual essa ficou conhecida como "Idade das Trevas";
  • Na Idade Média surge novo tipo de educação eclesiástica, as escolas catedrais, a partir do século XI. O ensino era responsabilidade do didasculus e podiam também participar bispos, monges ou sacerdotes, essas escolas começaram a decair com a criação das universidades. As catedrais se destinavam a formação de clérigos e ensinavam matérias realistas e humanistas, evangelhos ou teologia e eram inspecionadas pelos bispos que estendia a função a todas as escolas;
  • Um outro momento da educação medieval é o nascimento das Universidades no século XII, esta surgiu de forma espontânea e supria os anseios nacionais. A primeira Universidade foi a escola de Medicina de Salerno, na Itália, depois a de Bolonha, nesta cidade e no mesmo século. Porém, a mais importante universidade surgiu em Paris, no século XIII e derivou da escola catedral de Notre Dame e que modelou as demais Universidades européias;
  • As Universidades tiveram grande influ ncia na Idade Média, representou o ápice da sabedoria até a renascença e pela forte ligação com a escolástica começaram a declinar até admitir as novas ciências;
  • No final da Idade Média, surgiu nova classe social, a burguesia, que se organizava em corporações ou grêmios e criaram escolas. A educação gremial tinha caráter profissional e era transmitida com ou sem escolas na corporação, o aluno observava o mestre e após os 15 ou16 anos se tornava oficial e tinham que participar de uma corporação.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

EDUCAÇÃO GREGA




A nova era da cultura da humanidade, como também, da cultura ocidental tem início com a Grécia. É da cultura grega que derivam, em grande parte, nossa educação e pedagogia.
Alguns traços característicos da cultura grega são:
O descobrimento do valor humano, do homem em si, da personalidade, independentemente de toda autoridade religiosa ou política;
O reconhecimento da razão autônoma, da inteligência crítica, libertadada de dogmas ou considerações extrínsecas;
A criação da ordem, da lei, do cosmo, tanto na natureza como na humanidade;
A criação da vida cidadã, do Estado, da organização política;
A criação da liberdade individual e política dentro da lei e do Estado;
A invenção da poesia épica, da história, da literatura dramática, da filosofia e das ciencias físicas;
O reconhecimento do valor decisivo da educação na vida social e individual;
O princípio de competição e seleção dos melhores na vida e na educação;
A consideração da educação humana em sua integridade: física, ética e estética.
Na história da educação grega se pode distinguir quatro períodos essenciais:
A educação heroíca, cavalheiresca, representada pelos poemas homéricos;
A educação cívica, representada por Atenas e Esparta;
A educação clássica, humanista representada por Sócrates, Platão e Aristóteles;
A educação helenística, enciclopédica, representada pela cultura alexandrina.


A educação heroíca ou cavalheiresca


A sociedade helênica primitiva era aristocrática, baseada nos feitos bélicos. A família era de caráter patriarcal.
O ideal da educação dessa época está em consonância com os ideias e as aspirações da sociedade; e, pois que se tratava de tempos heroícos e guerreiros, tinha a educação o mesmo caráter. Esse caráter vem expresso nas obras fundamentais do período: Ilíada e Odisséia, escritas por volta do século VIII a. C.
A educação do jovem guerreiro constava de duas partes essenciais. Em primeiro lugar, exercitava-se no manejo das armas, do arco e flecha e se praticavam diversos esportes e jogos cavalheirescos. ao mesmo tempo, ensinavam-lhe as artes musicais (dança, canto e lira) e a oratória. Cultivava-se nele, também, o dom da cortesia, das boas maneiras, assim como a astúcia.
A educação não era dada, nessa época, em escolas ou instituições especiais, mas recebida nos palácios ou castelos dos nobres.


A educação espartana

Esparta alcançou grande renome na história da civilização como um povo militarizado, rude e inculto. Isso ocorreu por causa das conquistas políticas, e pelo fato de ter de manter submetidos os povos conquistados. Dessa forma, os espartanos tiveram que converter em soldados todos os seus cidadãos livres. Isso deu a Esparta a rigidez e a severidade que a caracterizaram.
Esparta desenvolve, em substituição do guerreiro individual homérico, a formação de linhas ou corpos de infantaria em ordem cerrada para o combate e, em lugar de bandos ou agrupamentos de nobres, o ideal coletivo de Estado, ao qual tudo se subordina. Contudo, ao mesmo tempo que militar, a educação espartana era esportiva e musical. Os espartanos primavam igualmente em certos aspectos da música e da dança. Todavia, nesses aspectos, Esparta ficou tolhida pelas necessidades militares, renunciando à participação nos jogos olímpicos, às artes, e acentuando o predomínio das atividades guerreiras.


A educação ateniense


A polis, a cidade, é o centro da cultura ateniense. Enquanto em Esparta os homens vivem em aldeias e acampamentos, surge em Atenas a vida urbana.
Na primeira parte de sua cultura, nos séculos VII e VI, na época da chamada educação antiga, Atenas não tem organização educacional própria, mas tem uma instituição que estimula as atividades educativas: Os certames nacionais desportivos.
A educação era mais matéria social que estatal. A partir dos sete anos começava a educação propriamente dita, que compreendia duas partes essências: a ginástica e a música. O moço recebia a eduucação física do pedotriba, em campos de jogos chamados palestras, depois, passava para os ginásios, já mantidos pelas cidades. A educação ginástica não tinha apenas aspectos físicos, mas contribuía também para a formação do caráter.
A educação musical compreendia não apenas a música, mas também a poesia; e era dada pelo citarista, por vezes na própria palestra , ou então, em ligares especiais.
A educação (preparação musical e a ginástica) diz Dilthey, "acham-se unidas na paidea para este fim comum: bela conformação integral da pessoa, desenvolvimento da energia guerreira e impulso vital".
A educação ateniense passa por diferentes mudanças mudanças no decorrer do tempo, onde aprimora-se; surge no século V a chamada "educação nova", o didaskalos substitui o citarista, o que aumenta a instrução, ampliada a outros aspectos da vida cultural, como aratmética e letras; surgem os sofistas, os quais preeparavam os jovens para a oratória; como também, disseminação de novas idéias.


A educação helenística


A última fase da educação helênica começa com a formação do Império de Alexandre, no século IV a.C.e com o enfraquecimento das cidades-estado.
Nesse período, a educação deixa de ser matéria de iniciativa privada e passa a ser educação pública , posto que não do Estado, mas dos municípios, das cidades.
A educação escolar continua mais ou menos a mesma das épocas anteriores, só que com maior acentuação do aspecto intelectual e diminuição do aspecto físico e estético. a leitura, a escrita e o cálculo desemvolvem-se mais, mas os métodos são puramente memorísticos e, a disciplina é muito dura, constantes os castigos corporais.

LUZURIAGA, Lorenzo. História da Educação e da pedagogia. São Paulo: Nacional, 2001.

RENASCIMENTO: HUMANISMO E REFORMA



O Renascimento, ou Renascença, foi um período compreendido entre os séculos XV e XVI e é assim denominado por representar uma retomada dos valores greco-romanos. Esse período desencadeia outro movimento: o Humanismo, movimento esse que prega a valorização do antropocentrismo como medida de superação do teocentrismo, que prevalecia na Idade Média. O referido movimento Humanismo prega, propriamente, a valorização dos valores humanos e terrenos. A visão passa a ser humanista. Acentua-se na Renascença a busca da individualidade, caracterizada pela confiança no poder da razão de cada um para estabelecer seus próprios caminhos.
Durante esse período, acentua-se a decadência do feudalismo, principalmente em decorrência do novo modo de produção capitalista, e a ascensão da burguesia. O espírito inovador do Renascimento se manifesta inclusive na religião, com crítica estrutura autoritária e decadente da Igreja, centrada no poder papal. Iniciam-se movimentos de ruptura com esse modelo autoritário representados pelo luteranismo, calvinismo e anglicanismo. Esses movimentos pregavam uma ruptura com alguns preceitos impostos pela igreja. Devido expansão e a forte adesão que esse movimento protestante estava adquirindo, a Igreja reagiu prontamente com a Contra - Reforma, com o intuito de reafirmar os princípios de fé e a supremacia papal, criticada pelos protestantes por não se enquadrar aos moldes propostos pelos Renascentismo.
Com relação a pedagogia, a produção intelectual, seja na literatura ou filosofia, demonstra o interesse em superar as contradições entre o pensamento religioso medieval e os anseios da secularização da burguesia. Nesse contexto de crítica tradição, a educação procura bases naturais, não religiosas, a fim de se tornar instrumento adequado para a difusão dos valores burgueses. Esse ideal é defendido com vigor na obra de literatos, filósofos e pedagogos, apesar de não ser alcançado nas escolas. Apesar da grande produção intelectual não representar uma filosofia de educação como sistema de pensamento coerente e organizado, com exceção do humanista espanhol Vives, o que existe são esboços e fragmentos de reflexão sobre a teoria da educação e pedagogia, que faz parte de uma produção filosófica mais ampla, como é o caso de Erasmo, Rabelais e Montaigne.
A educação é muito importante no Renascimento. Educar torna-se uma questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem, e os colégios proliferam-se, assim como os manuais para alunos e professores. Enquanto os homens muito ricos ou da alta nobreza continuam a ser educados por preceptores em seus próprios castelos, a pequena nobreza e a burguesia querem educar seus filhos e os encaminham para as escolas, na esperança de melhor prepará-los para a liderança e a administração da política e dos negócios. Já os segmentos populares, em geral, não têm seus interesses pela educaç o levados em conta.
A meta da escola n o se restringe transmissão de conhecimentos, mas formação moral. Diferentemente da idade média é proposta uma nova hierarquia, a qual submete as crianças a uma severa disciplina inclusive a castigos corporais. O regime de estudos é de certo modo rigoroso e extenso. Não é abandonada a ênfase no estudo do latim, com freqüente descaso pela língua materna. Esse sistema educacional é duramente criticado pelos humanistas, sobretudo por Erasmo e Montaigne.
Embora presente em teoria o ideal de secularização do humanismo renascentista, esse nem sempre se cumpre, pois a implantação da maioria dos colégios fica por conta das ordens religiosas. Apesar disso, s o criadas, por iniciativa de particulares, outro tipo de escola que melhor se adapta ao espírito do humanismo; essa educaç o leiga propõe uma formaç o intelectual voltada para o ideal renascentista da mais ampla cultura humanística, com atenç o especial ao estudo do grego e do latim. Nesse modelo, embora objeto de cuidado a disciplina procura ser menos rude e intolerante. Na Itália destaca-se o trabalho de Vittorino da Feltre (1373? -1446), que pode ser considerado o primeiro grande mestre de feitio humanista. Feltre, em sua escola, cuida não só de recreação e exercício, mas do desenvolvimento do convívio em sociedade e do autodomínio.
Nesse período, desenvolveu-se também a educação religiosa reformada, proposta pelos protestantes. Em oposição educação proposta pelos protestantes surgiu o colégio dos jesuítas, o qual primava na formação dos mestres para que houvesse eficiência em sua pedagogia. O ensino nos colégios jesuítas seguia as regras do ratium studiorum.
De acordo com o exposto, evidencia-se que o renascimento é um período de contradições, típico de época de transições. Nesse período, a classe burguesa, enriquecida, assume padrões aristocráticos e aspira a uma educaçõo que permita formar o homem de negócios, com conhecimento das letras e, também, que possa desfrutar dos prazeres da vida e do luxo, o que era proibido na Idade - Média.




BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna. 2ª ed, 1996.

REDUÇÕES JESUÍTAS, ACULTURAÇÃO INDÍGENA E EXPULSÃO DOS PADRES DA COMPANHIA DE JESUS. " Enfoque sobre o Filme a Missão"


Um enfoque explanado no filme "A Missão" se apresenta na ação evangelizadora dos padres jesuítas com o objetivo de promover a catequização dos indígenas, na América do Sul, e transmitir-lhes a cosmovisão européia.
Os jesuítas eram padres da Igreja Católica que faziam parte da Companhia de Jesus. Esta ordem religiosa foi fundada em 1534 por Inácio de Loyola. A Companhia de Jesus foi criada logo após a Reforma Protestante (século XVI), como uma forma de barrar o avanço do protestantismo no mundo. Os principais objetivos dos padres jesuítas se resumiam em: Levar o catolicismo para as regiões recém descobertas, no século XVI, principalmente América; Catequizar os índios americanos, transmitindo-lhes as línguas portuguesas e espanholas, os costumes europeus e a religião católica; Construir e desenvolver escolas católicas em diversas regiões do mundo.
Os aldeamentos organizados e administrados pelos jesuítas eram denominados "missões" ou "reduções".
"As reduções jesuíticas se estruturavam em forma de vilas; no centro do aldeamento, em volta de uma praça quadrada, erigia-se a igreja e a moradia dos padres, em geral eram as construções mais ricas. A escola, o armazém geral, a casa de hóspedes e a casa das moças eram mais pobres e os alojamentos indígenas consistiam de longos edifícios de pau-a-pique ou adobe, abertos para uma varanda coberta." (DAVIDOFF, 1994, p. 42).
A utilização produtiva da terra, nos aldeamentos, era feita através da divisões de lotes, nos quais as famílias indígenas trabalhavam a fim de obter o seu sustento. Esses lotes eram conhecidos como abambaé (parte das pessoas). No entanto, os melhores lotes eram os tupambaé (parte de Deus), onde os indígenas deveriam trabalhar por dois dias durante a semana. Nesses lotes se empregava o trabalho coletivo e o produto gerado se destinava a manutenção de padres e demais funcionários, os que, de alguma forma, necessitavam do trabalho coletivo para serem sustentados. Os produtos gerados nos lotes tupambaé eram, também, negociados pelos padres para a obtenção de artigos de que as reduçõe necessitavam.
A estrutura econômica se baseava, fundamentalmente, na organização do trabalho coletivo, cujos frutos se revertiam para a comunidade, que os utilizava segundo o preceito cristão da partilha de bens.
A ação dos jesuítas é duvidosa com relação questão indígena, pois se em uma perspectiva se posicionavam contra a escravidão indígena, agindo com o objetivo de difundir a fé cristã , promover a convers o dos nativos, introduzir o principio de civilidade e ordem, além de moderar seus hábitos considerados anticristãos, sob outra ótica, as missões serviam como mais um, "forte", instrumento do colonialismo, pois confinavam os índios em aldeamentos, interferindo, significativamente, em sua cultura, substituindo suas crenças pelos ritos católicos, além de impor uma nova cultura (cultura européia) em detrimento de suas tradições; mesmo quando preservados os costumes dos silvícolas, esses eram adaptados para servir ao propósito do colonizados, nesse caso, os próprios padres jesuítas.
No referido filme "A Missão" o enfoque dado aos padres jesuítas é o de benfeitores quanto colonização empreendida por eles. Essa perspectiva, a qual elege os padres jesuítas como "bons samaritanos" é singular no filme e, o papel jesuíta com relação interferência cultural que promoveram é preterido e, mesmo quando se evidencia é camuflado por aspectos positivos.
Outro ponto que se destaca no filme se apresenta na chegada dos colonos (bandeirantes) s reduções jesuíticas. Estes colonos tinham o objetivo de se apoderar dos índios cativados, para mão-de-obra, como também, das excelentes posses dos padres inacianos.
As reduções jesuítas representavam excelentes alvos para os bandeirantes colonizadores, pois ao invés de aventurar-se pelos sertões, era preferível apanhar os índios (escravos) nas reduções jesuítas, onde já estavam iniciados na arte da paz, como também, habituados ao trabalho. Esses índios representavam, desse modo, escravos de qualidade superior dos que se refugiavam nas matas, além do fato de as missões representarem excelentes estabelecimentos, devido suas criações e plantações, o que despertava a cobiça e a ganância dos colonizadores.
Principalmente ao longo do século XVII aumentaram os conflitos entre os colonos, jesuítas e indígenas, o que se justifica devido a dois fatores principais: O primeiro fator, a união entre Portugal e Espanha sob domínio dos Felipes da Espanha, período esse conhecido como União Ibérica, o que facilitou as incursões portuguesas no território espanhol. O segundo fator foi a desorganização do mercado português de escravos africanos, no início do século XVII, por parte da Holanda.
Com os impedimentos colocados pelos holandeses ao abastecimento de negros para os vários pontos do litoral brasileiro, a falta da mão-de-obra negra foi sensivelmente sentida, logo, resultou na busca de mão-de-obra local, isto é, índios. Esses índios escravos serviam como mão-de-obra nos empreendimentos portugueses, como também, moeda lucrativa para negociação com os países que sofriam com a carência. Nesse pressuposto, as reduçãoes jesuítas representavam uma fonte "generosa" e "proveitosa" de abastecimento. As missões, como conseqüência, passaram a ser, cada vez mais, atacadas pelos colonizadores, e cada vez de forma mais impetuosa.
Em 1759 Através do Alvará Régio de 03 (tr s) de setembro e da Carta Régia de 4 de outubro, incentivado pelo Marquês de Pombal, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Rei D. José I, determinou a expulsão dos jesuítas de todos os domínios portugueses, tendo seus bens sido inventariados e seqüestrados para serem incorporados ao erário real. A ordem jesuítas foi acusada pela tentativa de criar um estado autônomo revelia da coroa. Primeiramente, foram expulsos de Portugal e, subsecutivo por outros países. Essa expulsão se justifica pelo fato das cortes européias se "nortearem" pelas idéias iluministas: liberdade, igualdade e fraternidade, princípios esses que se opunham aos ensinamentos e influências da Companhia de Jesus, o que camufla o interesse das cortes de se apoderar das possess es dos padres jesuítas.



BIBLIOGRAFIA
A MISS O (The Mission, ING). Direç o de Roland Joffé. Flashstar, 1986 (121 min.). Legendado. Port.
ARANHA, M. L. de A. História da Educaç o. S o Paulo: Moderna, 1996.
DAVIDOFF, Carlos. Bandeirantismo: verso e reverso. S o Paulo: Brasiliense 8ª ed, 1994.
Wikipédia. Enciclopédia Livre. Disponível em: http:// www.wikipédia.org. Acesso em 30 - 04- 2009, s 18h53min + http://www.suapesquisa.com/religi osociais/jesuias/html.